O governo federal está expandindo o pente-fino nos benefícios previdenciários, e o próximo alvo será a aposentadoria por incapacidade permanente.
Atualmente, a legislação prevê que beneficiários com menos de 60 anos passem por uma reavaliação médica a cada dois anos, mas essa prática não vem sendo muito executada.
Segundo Sérgio Firpo, secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, o governo identificou cerca de 800 mil aposentadorias por incapacidade permanente que poderão ser revisadas, com uma economia projetada de R$ 10 bilhões em 2024, aumentando para R$ 25,9 bilhões em 2025.
Outros benefícios em revisão
A revisão de outros benefícios já está em andamento, como o auxílio por incapacidade temporária, resultando no cancelamento de 55% dos benefícios revisados até agora. O governo pretende automatizar e tornar regular o processo de revisão, combatendo fraudes e garantindo que apenas os beneficiários legítimos continuem recebendo os valores.
Além da aposentadoria por incapacidade permanente, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também passará por revisões a partir de 2025.
Aposentadoria por incapacidade permanente: o que é:
A aposentadoria por incapacidade permanente é concedida ao segurado do INSS que, após passar por perícia médica, é considerado incapacitado de forma permanente para o trabalho e não pode ser reabilitado para outra função.
Essa aposentadoria é garantida aos trabalhadores contribuintes da Previdência Social que apresentam doenças ou condições incapacitantes, sejam físicas ou mentais. Porém, para manter o benefício, é necessário que estes aposentados passem por reavaliações periódicas, conforme previsto na legislação.
O direito à isenção dessa reavaliação é concedido apenas a segurados com mais de 60 anos.
Pente-fino nos Benefícios Previdenciários:
O pente-fino é uma série de revisões feitas pelo INSS para verificar a regularidade dos benefícios pagos. Essas revisões foram intensificadas nos últimos anos, especialmente após a Reforma da Previdência de 2019, que buscou maior controle sobre os gastos da seguridade social.
O foco das revisões está em identificar fraudes, pagamentos indevidos e situações em que o segurado recuperou a capacidade de trabalho, mas continua recebendo o benefício.
Com a implementação do pente-fino no auxílio-doença, 55% dos benefícios revisados foram cancelados. Esse alto índice de cancelamentos demonstra a eficácia do processo de reavaliação, que também será aplicado à aposentadoria por incapacidade permanente.
A expectativa do governo é que a automatização desse processo torne as revisões mais regulares e eficientes, gerando economias substanciais para os cofres públicos e garantindo que os benefícios sejam pagos apenas a quem realmente precisa.